Não é aqui a minha casa. As paredes não me reconhecem,
o espelho se espanta
a cada vez que reflete minha imagem
como se fosse a primeira. Não é aqui a minha casa. Estamos de passagem,
residimos em movimento,
a estrada já nos chama
pelo Nome — um só nome. Repousamos sob o teto,
vivemos sob o céu
itinerante,
toda chegada uma partida
os portos como palcos de uma
sempre renovada saudade: prometemos voltar,
promessa impossível e vã.